domingo, 16 de outubro de 2016

Onde está a salvação em meio ao caos?

É difícil falar disso, realmente eu sento e fico imaginando como começar esse texto. Peço desculpas se ficar meio confuso, mas vou tentar explicar em cada detalhe.
Ainda estou jovem, 20 e tinha grandes objetivos, grandes sonhos... Sabe quando você começa a se sentir perdido e luta contra isso tentando se reencontrar? É uma agonia intensa que nos corrói por dentro.
Comecei a ser independente muito cedo, aos 17 eu já era "dono do meu próprio nariz" e no começo até que foi legal. Sempre tive uma mente incrivelmente aberta para todas as coisas, facilidade para aprender algo novo então, nem se fala. Desde desde o início da minha independência eu sempre soube me comportar como uma pessoa responsável, mesmo para um jovem de 17.
Eu sou uma pessoa muito intensa e tudo que acontece comigo é sempre muito forte, como: amor, tristeza, fidelidade, arrogância, ignorância, paz, presença... Independente do que for, a intensidade é enorme e nunca pode ser controlada, pois eu sempre me esforcei para isso.
Devido à minha intensidade, eu sempre me dediquei muito, principalmente para trabalho. Sempre gostei de computação, música, design... São áreas que me atraem bastante. Com todo esse amor pelas áreas eu desenvolvi habilidades em cada uma delas e como eu havia dito, tenho facilidade em aprender algo novo. Tudo foi autodidata. A música eu aprendi que devo levar apenas como hobby, não quero ter uma carreira de músico por mais que eu ame e respire bons sons na minha vida.
Agora senta e relaxa, pois lá vem história...
Meus pais me educaram da maneira mais correta possível para que eu pudesse ser aceito na sociedade e eu levo essa educação comigo até hoje. No entanto, o meu pai era um homem super ocupado, trabalhava muito e só chegava em casa depois das 18h, mas ele bebia algumas vezes quando saia do trabalho. Quase sempre, QUASE, chegava bêbado em casa, porém isso não era tão ruim já que ele não brigava com ninguém em casa. Minha mãe discutia algumas vezes com ele, aí sempre irritava ele e não era legal. Ele não levantou a mão para bater, mas eu corria para o quarto e me trancava com medo. Certo dia, ele estava um pouco alcoolizado, mas ficamos juntos na sala assistindo TV e ele começou a implicar e eu sem querer bati a mão no olho dele. Isso foi a gota d'água para o meu pai e ele me pressionou contra o braço do sofá, então apertando o meu pescoço. Eu estava quase apagando sem ar e minha mãe viu, deu um grito, só então ele me soltou... Mais uma vez eu saí correndo com m
edo e me tranquei no quarto.
Eu já era bem esperto, pois tinha uma cópia das chaves de todas as portas da casa e então deixava a chave do quarto sempre de lado na fechadura. Isso impedia que alguém tentasse abrir por fora. Nesse dia a chave ficou bem retinha na fechadura e meu pai conseguiu abrir a porta com uma cópia. Juro por Deus que fiquei com muito medo mesmo!!!
Eu estava deitado na cama e chorando bastante, quando ele parou perto dos meus pés e me pediu para levantar. Eu disse que não faria isso e que queria ficar sozinho, mas ele não estava com raiva e calmamente pediu novamente para levantar da cama e então fiz o que queria.
Ele segurou bem forte no meu rosto e disse pela primeira vez que me amava. Eu ouvi o primeiro "eu te amo" do meu pai quando já tinha 12 anos, mas...
Foi muito bom ter ouvido aquilo e eu perdoei ele no mesmo instante. Ficamos ali chorando juntos por um certo tempo e então fomos para a sala continuar assistindo TV. Independente de quase ter me matado, esse foi o melhor dia que eu tive naquela época.
Meu pai sempre me dizia que eu sempre deveria amar e perdoar as pessoas por qualquer motivo que seja, mas que eu saiba me controlar para não me abalar diante das situações e confesso que faço isso até hoje, não guardo nenhum mal que as pessoa puderam me causar.
Infelizmente, no mesmo período em que eu já estava começando a me dar bem com meu pai, ele foi assassinado com três tiros (um na cabeça e dois no tronco) após sua saída do trabalho. Ele trabalhava em um restaurante e como era muito movimentado, tinham dias em que era necessário "dobrar", nisso ele saía às 23h ou 24h.
Uns quatro dias antes ou até menos, a minha mãe foi assaltada próximo do trabalho dele, o cara levou o celular dela. Minha mãe foi para casa e ligou para o meu pai, então ela disse o que tinha acontecido. Ele imediatamente perguntou como era esse homem que havia assaltado ela e minha mãe contou tudo. Eu lembro até hoje quando ela disse que este homem tinha uma cicatriz no rosto, como da bochecha até o meio do queixo.
Nesse dia meu pai saiu mais cedo e aproveitou pra localizar o cara, conseguiu encontrar. Meu pai foi louco!!! Ele chegou perto do cara e pediu para que devolvesse o celular, mas não sei mais o que aconteceu depois disso.
Dias depois um homem em uma moto apareceu no caminho do meu pai e então o assassinou.
Antes do meu pai sair para trabalhar, ele viu que o seu celular estava com as teclas inoperantes, me deu e disse que se eu conseguisse concertar, era pra ficar comigo. Meu pai nunca teve celular, esse foi comprado fazia pouco tempo, lembro que era um Nokia 5300. Eu me amarrei naquilo e abri o celular algum tempo depois dele ter ido trabalhar, mas não fiz nada além disso. Quando montei o celular novamente, ele estava perfeito! E foi nesse dia que ele precisava "dobrar" no trabalho. Foi o último dia que o vi.
Sabe o quanto isso é doloroso pra mim?
Eu desejei a morte dele por algumas vezes, já que ele não estava cumprindo seu papel de pai presente.Até hoje isso me faz muito mal, ter perdido meu pai.
Depois de ter perdido ele, muitas coisas aconteceram na minha vida, coisas que não aconteceriam se ele estivesse vivo. Eu seria melhor se meu pai estivesse vivo por mais um bom tempo, tudo bem se ele morresse, eu superaria a perda e continuaria sentindo muita falta, mas entenda que ele iria me preparar, iria me mostrar os caminhos certos a se viver, mesmo que eu me recusasse. Ele estava começando a cumprir o seu papel de pai presente!
Bom, eu precisei aprender das maneiras mais complicadas possíveis, mas consegui entender como se vive.
Resumidamente, fui expulso de casa pela minha mãe pq eu não aceitava o namorado dela. Eu não me importava em ela ter outro relacionamento, mas esse cara não servia para ela, um tipo de pessoa muito infantil e minha mãe merecia um homem de verdade. Eu fui embora de casa e saí do estado, fui viver a minha vida com alguém que eu pensava amar e essa pessoa foi comigo numa boa.
Hoje nós estamos juntos, mas é um relacionamento complicado durante uns aninhos, eu enxergo que não dá mais para nós dois.
Eu acabei conhecendo outra pessoa recentemente, tivemos excelentes conversas, trocamos amor... Foi tudo magnífico! Porém ela disse que não dá para continuarmos e eu já tinha muitos planos prontos para eu largar tudo e recomeçar a minha vida para ficar com essa pessoa. Estou incrivelmente abalado, pois minha alma estava "morta" e ela teve a capacidade de reviver isso. Eu me senti incrivelmente forte por tê-la.
Agora ela disse que não tem mais amor para me dar... Ela levou tudo de mim. Levou minhas esperanças de ser uma pessoa melhor... Levou meus sonhos, objetivos... Estou muito fraco nesse momento!
Eu só espero que ela seja muito feliz e que encontre o verdadeiro amor da vida dela.
Não sou um problema para a sociedade. Sou um problema para mim.
Já não tenho mais onde me firmar e estou perdido, porém mais perdido do que antes já que agora minha vida é adulta e responsável.
Confesso que pensei em suicídio, ainda penso, mas ao mesmo tempo eu acredito que posso alimentar a esperança de podermos estar juntos (eu e essa pessoa). Não sei o que faço, é tudo muito intenso, a vontade de desistir ou de continuar...
Ela é importante pra mim, de verdade mesmo e superar isso, nossa.
Já amei outras vezes e levei a mesma facada (ser largado), mas eu superei pq notei que não era a pessoa certa para mim, tinham coisas que mostravam isso. Eu superei outros amores, mas nesse eu não consigo encontrar um erro sequer para poder fortalecer a minha superação.
Não estou aqui digitando essa resumida (por mais que esteja grande, eu resumi) história só para no fim falar sobre um amor não correspondido, vim pra mostrar que tudo envolve a minha vontade de desistir ou quem sabe continuar.
Desculpa, não dá pra continuar. Está realmente difícil pra mim agora.

Um comentário:

  1. Cara, eu não sei quem você é mas me emocionou muito com a sua história. Bom, caso queira conversar manda um email pra mim. E outra, se quiser jogar Habbo, estou disponível...ksidndjsjd
    nih_08_gata@hotmail.com
    Espero ansiosamente pelo seu email. Força, você consegue.

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