segunda-feira, 5 de março de 2018

Tenho 17 anos e essa é a história de como cheguei até aqui...
não poderei me aprofundar na história como gostaria para que não se torne entediante.
A fagulha de dor começou no mesmo dia em que nasci pelas agreções do meu pai com minha mãe, que posteriormente eu seria vitíma também.
Mas de alguma forma, quando tinha apenas 5 anos, minha mãe toma coragem e desiste do sonho de ter uma familia, sai de casa comigo e minhas irmãs para a casa de minha avó, que algum tempo depois veio a falecer deixando minha mãe em um estado deplorável, passamos por serias dificuldades neste periodo.
As lembranças que fiquei de meu pai foram apenas da mão dele socando a cara da minha mãe contra a porta chorando. Ele nunca pagou 1 real de pensão, deixando uma mulher sozinha com filhos pra sustentar, nunca nos procurou, e algum tempo atraz numa conversa que busquei ter com ele, eu disse que agora, não precisava mais dele, a resposta dele foi "Esta ok assim então, voce não precisa de mim e eu não preciso de voces" kkkk eu ri demais disso.
Me lembrei de todos os anos que tinha apresentação de dia dos pais na escola, porem eu não tinha um pai para levar, das vezes que precisava de alguem pra perguntar o porque de estar criando pelos em lugares estranhos ou se sentiria dor ao perder a virgindade, coisas assim que tive que descobrir e passar sozinho.
Essa fagulha de ódio sempre me acompanhou. Mais foi no final de 2016 que uma verdadeira bomba nuclear estourou na minha vida.
Eu estava namorando a mais ou menos 1 ano com uma garota popular, bonita, porem superficial que me apaixonei loucamente, com ela perdi minha virgindade, foi a primeira que "amei", foi perfeito enquanto durou. Mais ela engravidou.....Bom quando ela me contou eu só sube chorar, chorei tanto, de um geito repentino que me afundei em medos, dores, e perdi a esperança de realizar meus sonhos, me perguntava como contaria tal coisa para minha mãe? como meus amigos reagiriam quando soubessem? eu teria condições financeiras?. Minha namorada até então, não esperava lagrimas e sim um abraço apertado e um parabens de um garoto de apenas 16 anos na época. Ela me chingou muito e naquele dia saiu de minha casa para nunca mais voltar. De algum modo me arrependo por ter sido tão fraco e só ter chorado au invez de abraça-la. Ela ja tinha seus 18 anos e sonhava com uma familia, kk ela só não me perguntou se eu queria também.
No dia seguinte ela conta para minha mãe que vem até meu quarto chorando, jamais me esquecerei dessa cena e do rosto de desaprovação dela....
Dai em diante a noticia que ela estava grávida e que eu não iria assumir só se espalhou, perdi varios amigos a custa disso, porem eu nunca disse que não assumiria minhas responsabilidades. Adimito que pensei em pedir para ela aborta-lo, mais não pedi.
Meses depois voltamos a conversar, e a discutir, numa dessas discusões ela diz que o nome da criança que estava por vir seria o mesmo do meu pai, pois ela sabia da historia e disse que "eu era igual a ele"
kkkk
Nunca havia surtado tanto, quebrei meu computador a chutes, meu celular, a TV da sala, claro que minha mãe não estava em casa, e ai tentei meu primeiro suicidio. Peguei uma caixa de remédios que ela guardava e, sem bilhete de despedida sem medo algum, tomei um por vez até começar a cair no sono, o resto voces ja devem imaginar.
Nessa situação, ja não tinha muitos amigos, ficava dia pois dia trancado no meu quarto, só saia de vez enquando para procurar trabalho, para que não dechasse tudo nas costas da minha mãe.
As coisas ai estavam péssimas para mim, percebendo isso minha mãe decide que seria melhor nos mudarmos para outra cidade.
Perdi o resto dos amigos que eu tinha sobrado, o boato de que não assumiria meu filho só aumentou, me chingavam nas redes sociais. Porem consegui um emprego durante o dia e estudava a noite, com a rotina interminavel foi meio facil esquecer isso, mas comecei a entrar numa depressão formidável.
Meu filho nasceu, vou visita-lo as vezes, pago pensão, afinal não quero ser como meu pai, mesmo tendo que ser pai sem nunca ter tido um pai.
minha rotina segui até hoje, fiquei incapaz de fazer amigos novos, de ficar com garotas, bloquiei totalmente qualquer tipo de sentimento por qualquer um que não fosse minha mãe e minhas irmãs, é soa meio ipócrita mais não sinto nada nem pelo filho que já nasceu e que vou ver a cada 15 dias. Eu sei isso é nojento de se ouvir, mas por favor não me julgue, estou sendo o pai que nunca tive mesmo assim, não tenho culpa do que sinto ou não, afinal isso não é uma escolha literalmente minha. Mutilação não faiz mais sentido, não estou triste, nem estou feliz, não estou vivendo porem não estou morto, só estou invisível aqui sosinho sendo consumido de dentro para fora enquanto deito e observo o céu.
Vivendo a rotina no automático sem perceber os dias passar, a cada dia, cada mês, a cada ano, minha vida está tendo menos sentido, uma pequena esperança que alguém apareça e me tire disso.
Porque viver? Bom é que não suportaria fazer minha mãe chorar novamente por minha causa, me odeio tanto mais tenho que viver por ela, ou simplesmente sou covarde demais e use isso como desculpa.
Seja como for sou um zumbi que não deveria estar aqui.

Um comentário:

  1. Oi, amigo me parece que esse ciclo com vc e seu pai está se perpetuando com vc mesmo e com as outras pessoas ao seu redor, vc realmente não é igual ao seu pai, mas está perpetuando esse ciclo e agora com seu filho um ser humano que não deveria sofrer desse mal concorda? realmente pra vc foi complicado quando sua namorada engravidou, pois suas questões com seu pai não foram resolvidas ainda, o que torna natural o medo que sentiu ao saber que ia ser pai.Tente conversar com sua ex e dizer pra ela que este momento q está passando(não sozinho, pois estamos aqui), é um dos mais delicados pra vc, se abra com ela e caso comece uma discussão, ouça um pouco do que ela tem a dizer, por mais que doa, algo pode fazer sentido. Não é culpa sua acredite, mas pelo seu filho essa batalha tem q continuar a ser travada.

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